segunda-feira, 5 de novembro de 2007

A CAVERNA



O amor não se atreve adentrar por aquela porta...
E por esse labirinto de ilusões eu me perco diariamente
Sem encontrar qualquer pista ou sentido
Eu me guio mais uma vez sem ter destino
E a cada passo em falso eu fujo ou me distraio
Até cair no próximo buraco
E tudo que se ouve é minha voz rouca a pedir socorro
Mas ninguém consegue escutar tais gritos ou meu compulsivo choro
E quando penso que não haverá mais retorno ou mesmo um consolo
Me liberto desse mito platônico
E me entrego a essência...a verdade...
A realidade seja pesadelo ou felicidade
Nada mais é que um sonho.


sexta-feira, 12 de outubro de 2007

PRINCESA SOLITÁRIA DAS ÁGUAS

Não nasci da espuma do mar
Como a gloriosa Vênus...
Nem mesmo sou filha
Das ondas ou das rochas
Tão pouco sou a pérola
Gerada no útero intacto
Da misteriosa ostra

Trago em mim o frio e o calor
Dos oceanos...
Que rebatem em minha alma
Suas ondas intranqüilas e inquietas
Tornando meu ser tão imprevisível
Quanto as marés...

Sou a princesa solitária das águas
Que navega e naufraga
Em seu próprio pranto
E que renasce e submerge
Com seu canto.

Onde sempre será
A lenda, a estrela,
A liberdade em forma
De peixe....mulher
Prazer
Sereia...

terça-feira, 18 de setembro de 2007

CORPOS


Necessito de um corpo
Feio ou bonito
Próximo ou desconhecido
Forte ou esguio

Necessito do prazer vazio
Do gozo vadio
Que no gemido partiu
E que me parte
Por toda parte...

Necessito de sexo
Necessito do sexo
De sexo imediato
Do sexo devasso

Necessito de um compromisso
De um relacionamento omisso
Sem envolvimento ou artifícios

Necessito deste jogo, este vício
Onde meu corpo é só uma aposta
Símbolo vago e menosprezado
Pela cruel sentença da derrota.

domingo, 9 de setembro de 2007

DISCURSO SEM VALOR

Qual o seu preço?
Qual o valor da sua esmola?
A barganha que te compra.
O escambo que você implora.

Qual o seu preço?
Qual o valor da sua esmola?
Seus valores
Quem são seus credores?

Senhoras e Senhores
O que queres?
O que almejas?
Um banquete repleto?
Ou uma cerveja no boteco?

Eu vos direi o que quero
Não quero ter preço
Quero cuspir no dinheiro
Nesse dinheiro que quer me dizer
O que devo ter...o que devo ser...

Só quero ser
Mesmo sem ter
O que todos dizem
Que é necessário ter
Mas afinal, o que você tem?

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

UM CONCERTO A DOIS


Meu destino sempre foi te procurar
Minha alma anseia te alcançar
Essa busca incessante
Me transforma nesse ser errante
Que só quer se libertar dessa prisão
Não quero mais a liberdade da solidão
Quero ser refém dos seus desejos
Desvendar todos seus mistérios
E ser seu mais íntimo segredo

Você já me tem
Antes de me ter
Mas talvez falte decifrar seu corpo
Tocar em você como se pudesse encontrar uma nota musical
Quero toca-la com a ponta dos meus dedos...
Para sentir cada nota
Som que vibra dentro de você
E se transforma em melodia
Sou assim amante, compositora, poeta e instrumentista.
Antes que se abaixem as cortinas
Aguardo silenciosamente o concerto final
Que encerra o mais belo espetáculo
Nesse palco onde você rege a orquestra dos meus sonhos
Com toda leveza de seu ser.

sábado, 25 de agosto de 2007

PEQUENA OBRA DE ARTE

Estava já alguns minutos andando pela avenida Paulista, e o Parque Trianon estava do outro lado da rua, com toda sua imponência em meio aos prédios frios e incólumes. Meu olhar combinava perfeitamente com tal cenário. Estava tão gélido e imparcial , além de ter um toque de arte abstrata, assim como algumas obras do Masp. Mas de todo aquele acervo exposto no museu, o que mais chamava minha atenção era o que ficava do lado de fora. Ao me sentar no vão livre do masp vejo a avenida como um grande quadro. Consigo visualizar a moldura e sentir a textura e profundidade contida nessa pintura. Meus olhos tentam acompanhar o movimento frenético desse quadro em movimento, mas logo me perco em um detalhe irrisório e que geralmente acaba passando despercebido. Eu me pego por alguns instantes observando as pessoas que ali transitam, e meu coração se enternece e se entristece ao mesmo tempo. Pois aqueles transeuntes não sabem que estou contemplando o renascer da arte, antes que a matem no horário comercial.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

NUNCA SE SABE

Me perdi no espaço e no tempo
Entre o mistério e o silêncio
Em meio às atitudes e os pensamentos
Nada mais esta inteiro
O amor se rendeu ao desespero
Os dias já não são os mesmos
Neste céu azul cinzento
Nem a paisagem serve de alento
Não ouço os pássaros
Não sinto o vento
Meus olhos estão secos
Só vêem concreto e cimento
Muralhas que cercam uma cidade fortificada
Encontrei-me agora
Estou embalsamada em minha mortalha
A espera de ser enterrada
Morta?
Viva?
Nunca se sabe...

sábado, 11 de agosto de 2007

PRETEXTO

Sou tudo o que sei
Sou tudo o que não sei
Não sou nada do que digo ser
E as palavras dizem tudo
Tudo o que não sinto
Tudo o que não sou
E meus olhos não mentem
Não escondem mais a dor
De ser o que não sou
E minhas mãos tocam sem sentir
Faço promessas para não cumprir
E por um momento penso seriamente em morrer
Assim seria mais fácil viver
A morte lenta é perversa
Me mata sem pressa
Me sufoca, me asfixia
Sou só mais uma vítima
Que morre aos poucos
Todos os dias
E dói saber
Que sou a algoz
A impiedosa assassina
De todas verdades
E de todas mentiras
Que penso,
Que invento,
Que creio,
E por um momento
Como num encanto...desapareço
Não me vejo em nenhum espelho
Não me perco em nenhum beco
O mundo não é mais estreito
E agora eu posso dizer que me conheço
A morte era só um pretexto
Para não amar.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Viver uma Paixão


Viver uma paixão...
É viver...
Simplesmente viver.
Se sentir viva.
Para depois
Sem explicação...morrer
A paixão da mesma forma
Que é cravada
Nos é arrancada de nossa alma
Fica marcada, fincada, enterrada
Flores e espinhos que brotam
Do terreno baldio
Restos do jardim que cultivei
Lembranças de um amanhecer
Ilusões que irão permanecer
A paixão nos faz sofrer
Nos faz viver
Até que um dia
Estamos prontos outra vez
Para renascer.
Assim como o jardim
A espera da primavera.

sábado, 28 de julho de 2007

SINTO SENTIR

Da insônia corriqueira eu pude abstrair sentimentos que para mim já estavam esquecidos...sentimentos já tão gastos e vividos que para mim já não faziam mais nenhum sentido.Mas à noite me trouxe sua exatidão imprecisa...sua voz e suas carícias que afagam minha imaginação dormente. E sem precedentes ou antecedentes eu me entrego à dor que sentirei.Essa dor me enfraquece, mas me enaltece por eu ser sua única e verdadeira amante...alucinações de uma louca e incorrigível menina que não sabe quando irá crescer, quando irá perder, quando irá esquecer...

O Retorno

Olá!
Quero agradecer imensamente a todos vocês que acompanham meu trabalho e dizer que estou voltando a publicar meus poemas e contos nesse blogger.
Esse espaço é aberto a todos vocês.
Lembrando que meu outro blogger continua ativo http://isapoetisa.bella.zip.net/, porém a partir de agora todos trabalhos inéditos passarei a postar nesse novo blogger.

Obrigada.