quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O TEMPO E O NADA

O nó na garganta não desata
O olhar se retrai...ele não encara.
E tudo porque o coração não é livre
É prisioneiro desse amor irascível que não se apaga.
O amor que me leva a revoluções inquietas em minha alma
E as mais instigantes aspirações que não me levam a nada.
E só o tempo passa e passa e passa...
E tudo aparentemente permanece intacto.
O sonho que jamais desejei sonhar
A fantasia que jamais poderia se realizar.
E a vida segue...a realidade me persegue
E eu não sei mais o que é real...o que é ideal...
O que é fantasia ou o que é sonho...
Não sei mais o que é amor e o que é medo.
Vago então pelo labirinto imprevisível do meu eu
A procura de mim mesmo.

domingo, 17 de agosto de 2008

SOMMELIER

Não sinto mais o calor penetrante e inflamável de suas mãos
A me derreterem sem pressa, sem qualquer pudor.
Não tenho mais aquele seu olhar devorador
Desumano quando me arrebatava sem tréguas
Quando me possuía sem qualquer moderação.

Não há mais afagos...nem mesmo o sabor doce
A sensação de te degustar
E de provar cada gota sua
Assim como o sommelier que apura cuidadosamente
O sabor do vinho mais raro...

Liquido sagrado
Perdido nos estilhaços
A taça foi quebrada pelo tempo.