sábado, 11 de agosto de 2007

PRETEXTO

Sou tudo o que sei
Sou tudo o que não sei
Não sou nada do que digo ser
E as palavras dizem tudo
Tudo o que não sinto
Tudo o que não sou
E meus olhos não mentem
Não escondem mais a dor
De ser o que não sou
E minhas mãos tocam sem sentir
Faço promessas para não cumprir
E por um momento penso seriamente em morrer
Assim seria mais fácil viver
A morte lenta é perversa
Me mata sem pressa
Me sufoca, me asfixia
Sou só mais uma vítima
Que morre aos poucos
Todos os dias
E dói saber
Que sou a algoz
A impiedosa assassina
De todas verdades
E de todas mentiras
Que penso,
Que invento,
Que creio,
E por um momento
Como num encanto...desapareço
Não me vejo em nenhum espelho
Não me perco em nenhum beco
O mundo não é mais estreito
E agora eu posso dizer que me conheço
A morte era só um pretexto
Para não amar.

Nenhum comentário: