domingo, 19 de julho de 2009

FICÇÃO

Aquela tarde e suas horas incansáveis
Entre o vagar do outono e a sujeição do incipiente inverno.
Em um cenário neoclássico com seus retratos em branco e preto
E nossos corpos como esculturas à procura de um acervo
E brindamos a arte de amar em outras taças
Provando as mentiras e as verdades de um vinho ainda mais doce
E o mundo naquele momento tinha algo de melhor
Quando senti a liberdade por um instante refletida em nós
E como adolescentes seguimos de braços dados pelas ruas de São Paulo.
Sem lembrar das responsabilidades...sem se importar com a sociedade.
E entre sons, mesas, um balcão e um espelho
Pedi em silêncio para o tempo parar naquele momento
Assim como pedi ao vento para não levar aquele outono
Mas as horas passaram e ainda passam
E o inverno segue o meu rastro
E tudo continua igual...
Os romances continuam inesquecíveis
E minha vida segue sem outono, sem romance...sem ficção...