domingo, 25 de maio de 2008

SUBJETIVIDADE

A maior subjetividade poética é o amor
E o amor nada mais é que a irracionalidade
Abstrata do desejar.
Sem tocar quando se sente
Amar mesmo estando ausente
Um ser quase que inexistente se comparado
Ao seu amor.
Amar sem querer, por querer e assim querer
Sempre amar ainda mais.
Amar em um mundo tão contraditório se torna
A experiência mais louvável neste grande laboratório.
Um desafio para a dureza de nossos sentimentos
Que rebelados ou enterrados continuam os mesmos...
Na subjetividade de nossos medos.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

ODE A DOR

Se a poesia for capaz de descrever ao menos um pouco da dor que sinto
Da saudade enraizada em meu ser
Da angustia que me faz refém
Não farei outra coisa a não ser escrever
Mas ainda sinto que minha dor não pode ser narrada,
Nem descrita, nem derramada em palavras...
A dor que me atravessa a alma não pode ser amenizada,
Não pode ser tratada...
É uma dor que não pode ser curada
E o espírito já se encontra morto
Dentro de um corpo aparentemente vivo
Mas que há tempos já não responde a nenhum estímulo
Mas espere, agora percebo que minha poesia também morreu
Pois ainda são as mesmas de quando eu vivia.


sexta-feira, 2 de maio de 2008

PARADOXO

Não ouso compreender o poder da palavra
Apenas me julgo e me declaro
Prisioneira do mal que escrevo.
Não meço o sentimento e nem o verso
Disparo rajadas de ressentimentos
Sem arrependimento.
E depois enalteço a vida com tal apreço
Que chego acreditar em tudo que desconheço

Nesse paradoxo artesanal de palavras
É construída e destruída toda realidade
Seja na lógica de toda mentira
Ou na necessidade efêmera da verdade.