Amor não mata O amor não se mata Não há homicídio que a causa seja o amor Não há suicídio que o motivo seja o amor O amor vive Vive mesmo que morto Vive mesmo que preso No cárcere da solidão O amor vive entre grades Entre jardins, entre cercas e muros. O amor esta nos becos mais escuros Esta nos bares, nos lares, O amor esta nos templos, nos guetos No silêncio, no vento, na chuva O amor esta perdido na rua Esta entre as frestas, entre os vãos Entre o intervalo do sol e da lua Entre o antagonismo das sombras e das luzes O amor esta entre a vida e a morte O amor pode ser a vida O amor pode ser a morte.
Era tarde Mas não tão tarde E o tempo esperava pacientemente Tudo era novo Tudo era antigo Todo sentimento era possível Nem todos eram permitidos Cada passo dado era lentamente rápido Cada gesto esteticamente desenhado E a paisagem bucólica tinha um pouco de luz Um pouco de cinza Pintura carregada de melancolia. E o clima se confundia com as lembranças E se dispersava com a distância. E meu olhar não arriscava encarar E nada me faria parar de pensar E as marcas que ficaram são bem mais profundas A queda muito mais séria...muito mais brusca. Sensação que incomoda, que perturba, Por me tirar dessa vida de renúncias e de dúvidas. És minha redenção, minha tentação... Meu segredo jamais secreto Convite tentador e pecador... E eu não quero mais ser um desertor.