domingo, 23 de novembro de 2008

SÉCULO XXI

Me sinto um objeto no lugar errado
As posições estão invertidas
E eu estou totalmente perdida
Não consigo distinguir as cores
E tudo esta alinhado
Corretamente formatado
Centímetros milimetricamente pensados
Tudo esta de acordo,
Memorizado, decorado, ensaiado
Mas meu corpo e meus sentidos
Pedem pelo improviso
Meus sentimentos querem os riscos
Os desafios...
Eu quero a falta de juízo
É isso que chamam de livre arbítrio?
Quero parar de pensar como um físico ou matemático
Podem me chamar de louco, irracional e lunático
Podem me chamar de pobre, sem ambições, um grande otário
Que se fodam os partidos, as ideologias, as profecias, as ciências, as estatísticas...
Sou prisioneiro do sistema
Mas minha identidade, minha verdade e minha sabedoria são só minhas
Não há instituição nem religião que me doutrinem.
Não sou mais um objeto dessa globalizada vitrine de corpos esquálidos,
Cérebros domesticados e gostos manipulados.

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