Não quero mais desafiar o mistério Nem mesmo desvendar os segredos Não quero mais sonhar com seus beijos E a noite é o cenário perfeito para essa encenação sem atores Num silencioso monólogo que só reflete as dores que nunca passam E antes que baixem as cortinas desse dramático espetáculo O improviso se torna o artifício mais natural Em meio a catarse de nossos destinos.
A sede de amar me fez uma solitária no deserto A ausência se tornou comum Tão comum que me ausento de mim E assim fico sem qualquer remorso ou rancor Fico a espera de algo que ainda não sei Que ainda não descobri Mas que toquei um dia Que senti me dominar e me tomar Como o mar toma o sal Como o céu abraça as estrelas Era assim como a vida que não vivi Ou talvez como morte que me purificará Era a luz inominável do amor a me iluminar.