segunda-feira, 9 de setembro de 2013

JANELAS


Louvarei o tempo por sua imprecisão
Por sua livre manipulação do acaso
Ao forçar sutilmente as amarras do espaço
O tempo é o menino descalço que pisa as ruas de terra
O tempo é a terra que deixa rastros de poeira
E o tempo é a poeira que se instala em nossas janelas, 
em nossas estantes, em nossos livros, em nossos sonhos... 

domingo, 9 de junho de 2013

TUDO BEM


Tudo ficou bem
Apesar das mudanças
Apesar do fim da esperança

Tudo permanece aparentemente bem
Casa, família, trabalho, rotina...


Confortável monotonia que anestesia.

sábado, 13 de abril de 2013

MEIO FIO


Procurei a poesia
E ela não estava mais lá
Ela se cansou dessa racionalidade enfadonha
Dessa hipocrisia execrável
 Desse personagem pasteurizado
Que atua todos os dias nesse pobre cenário
Contracenando com a vida...essa parca antagonista
E o palco é o asfalto
Onde arrasto meu malogrado espírito.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

UM TAL CONCERTO


A poesia dói
Descrevê-la é pouco
Senti-la nunca é o bastante.
A poesia é dor
Uma dor crônica
Que como uma orquestra sinfônica
Reverbera dentro de mim
Indelével dor
Incontida poesia
Assim sempre será
Dor e poesia
A me condenar.