sexta-feira, 17 de junho de 2011

ANDARILHO CONTEMPORÂNEO

Ele viaja sozinho

Em seu apartamento vazio

De frente a paisagem modelada de aço, vidro e concreto

Ele viaja sozinho e vê tudo a sua volta por trás do enquadramento

Digital, descartável, recarregável

Que irá estampar seu perfil nas redes sociais.

Ele viaja pelo mundo, mas não conhece a si mesmo

E quando vê um mundo perfeito através de torres e monumentos

Diz para si mesmo que a vida também é perfeita

Assim como as ciências exatas...a vida pode ser medida, construída e concluída.

Mas ele ainda se sente sozinho

Em todos lugares a solidão o acompanha

Nas cavernas, nos templos, na arena, nas igrejas, nos gabinetes, nos salões, nos palcos, nos escritórios, nas exposições, nos bares, nos shoppings, nas calçadas...

Ele viaja no tempo

E ainda assim se sente sozinho.


quarta-feira, 1 de junho de 2011

CARPE DIEM

Como somos patéticos...

Colocamos nossas máscaras para nos apresentarmos ao mundo

Ensaiamos personagens para representarmos nossas vidas

Compramos ou construímos um invólucro da qual chamaremos de nosso lar ou nossa alma

Tudo em nome da sobrevivência!

Mas na verdade praticamos a cada dia um lento suicídio.

Com toda frieza e sutileza que a sociedade requer.