Um beijo roubado em uma tarde de sábado E jamais minha boca cometeu um crime tão perfeito E por mais que o tempo tente apagar esse tempo E por mais que a vida tente me afastar de meus erros Aquela tarde será sempre a minha tarde de sábado Inesquecível inverno, inesquecível avenida, inesquecível beijo. E a fonte e o jardim ainda são os mesmos...
A janela entreaberta Desvenda a escuridão interna E o quarto de portas trancadas E de paredes incomodadas Escondem a frieza, as lágrimas As promessas quebradas As paixões dilaceradas E tudo permanece intocado E quando penso em meu passado Não há remorsos Nem um final feliz Só há uma cicatriz E um olhar distante e triste Que nada diz E o pouco que se ouve São só palavras Quase todas inventadas E não há quase nada aqui Há não ser à noite austera Que impõe sua presença Doce e cruel sentença Feita de saudade e de estrelas.